A Arte de Desmotivar seus Melhores Talentos

Um dos grandes desafios de um líder atualmente é engajar seu time em busca das metas cada vez mais desafiadoras dos dias de hoje. E uma equipe engajada surge a partir de indivíduos motivados. Parece insano, portanto, observar o movimento contrário: muitas equipes são lideradas por profissionais que dominam a arte de desmotivar seus melhores talentos.  E não estou exagerando, você logo verá.

É certo que a motivação, no sentido mais abrangente, depende de fatores internos ao indivíduo. Por outro lado, parece que a desmotivação pode ser bastante bem estimulada por fatores externos.

Listo a seguir três casos bem comuns em que líderes-bem-intencionados-mas-desatentos acabam por “empurrar” seus melhores talentos para fora da empresa.

1 – Impedir a promoção de um ótimo colaborador. Esse procedimento é um clássico. Já vi diversos casos em que a decisão de não promover um excelente profissional acontece pela inabilidade do líder em delegar e preparar sucessores. O argumento é sempre muito semelhante: “Como posso promover meu melhor funcionário? Quem fará o trabalho no lugar dele? Ele precisa compreender que não é possível. ” E já constatei também mais de uma situação em que, neste caso, um colaborador menos capacitado fosse então promovido em seu lugar. Consequência: O melhor talento deixa empresa assim que puder.

2 – Destinar os trabalhos mais complexos e desgastantes para o profissional mais competente, sem que ele tenha um melhor reconhecimento por isso. Muito comum também é observar, em uma mesma equipe, profissionais desnivelados em competência, mas nivelados em REMUNERAÇÃO e RECONHECIMENTO. Na prática, se um profissional se destaca por resolver problemas mais complexos, ou por conseguir desempenhar seu trabalho com maior eficiência, os maiores desafios são dirigidos a ele ainda que tenha remuneração e reconhecimento idênticos aos demais do seu time. O que esse profissional ganha sendo tão eficiente e capaz? Quanto melhor for, mais “abacaxis” terá que descascar em troca da mesma contrapartida da empresa. Consequência: assim que o profissional de destaque nota essa situação, em geral começa a se desmotivar, e aos poucos o seu rendimento cai. Muitas vezes chega a ser dispensado... “Não é mais o mesmo...

3 – Deixar de dar feedback ao seu melhor colaborador. Afinal, ele sabe que está indo bem. Não quero atrapalhar seu trabalho...”. Essa forma de pensar é bastante equivocada. Todos os colaboradores precisam saber se estão no rumo certo ou não, e, ao mesmo tempo, necessitam sentir que seu trabalho é reconhecido. Imagine a situação de um excelente profissional que nunca receba feedback... mas que ao primeiro erro que cometa seja então surpreendido por uma observação do seu superior. Seu modo de enxergar a situação é mais ou menos o seguinte: “Eu me dedico tanto à empresa, tenho sempre ótimos resultados, e não recebo um ‘obrigado’ sequer. Entretanto, quando acontece um mínimo erro sou repreendido.Consequência: o colaborador ficará cada vez mais desmotivado.

E essa lista pode continuar...

Embora cada uma das situações apresentadas tenha seu remédio específico, de forma geral o segredo para evita-las parece sempre girar em torno do nível de ATENÇÃO e EMPATIA com o qual o líder conduz a sua equipe. Não é mesmo?

Abraço, e sucesso!

Adriano Pedro Bom

Diretor da Propter Desenvolvimento Gerencial - Educação Corporativa

www.propterdg.com.br

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